19 outubro 2015

Democracia Demagogia

"Dá ao povo a possibilidade de escolher e haverá sempre quem escolha chupar um Calippo."
Profeta Gervásio in "Morangos com Açúcar XX - O Regresso do Bar do Pipo"


Quarenta e um anos volvidos desde a devolução do poder de escolha ao povo português e os rapazolas que nos lideram pedem-nos que abdiquemos desse direito. Pedem que lhes entreguemos o poder de forma absoluta para que, qual tirania a termo fixo, apliquem em quatro anos aquilo que decidirem ser o mais adequado para a nossa nação, sem qualquer necessidade de explicação ou avaliação.

Estes rapazolas, nascidos de árvores em que os ramos se asfixiam uns aos outros para garantir a sua própria sobrevivência, a líderes num sistema sem outro mérito que não o nepotismo fascista de favores a soldo de quem melhor remunera, gladiam-se por um poder que não lhes pertence, oferecendo um triste espectáculo a quem democraticamente confiou neles o destino de Portugal.

Que Estado é este que acredita que é melhor entregar a chave da casa aos ladrões na esperança de que, no balanço dos saques, haja mais dentro de casa do que quando a entregaram? Que líderes são estes que só permitem a governabilidade caso esta não possa ser posta em causa, mesmo que, a troco de cinco tostões, nos encaminhem para a caldeira de uma fábrica vendida aos Chineses?

Diria a sabedoria popular que "nem tudo está mal, desde que jogue o Benfica". Aproveitem e coloquem um fado no telefonia do vosso automóvel quando forem rezar a Fátima, pois já por parvos estes rapazolas nos andam a tomar, alimentando-nos com os três F's do antigo regime, enquanto que enriquecem com a nossa propriedade.

Deixemos então de escolher o Calippo, que não mais é do que gelo disfarçado. Escolham o gelado mais caro e mandem a conta para Belém. E não vos preocupeis com as Finanças porque, pelo andar da carruagem, ainda a Terra não deu mais uma volta ao Sol, e já estareis para lá das nossas fronteiras.

E, provavelmente, melhor recompensados pelo vosso valor.

*Este Profeta ignora totalmente o acordo ortográfico, apesar de nada ter contra as brasileiras.

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