"It´s only smellz"
- Rocco Siffredi
Na rubrica de hoje, contamos-vos uma história que é, na sua essência, intemporal e de significados múltiplos. Há, neste mundo, fenómenos inexplicáveis que a ciência ainda não soube decifrar. Há, neste mundo, tradições próprias das várias culturas que nele coabitam que já ninguém sabe onde tiveram origem. Há, neste mundo, pessoas que fazem sexo anal seguido de sexo oral.
Esta menina também não está a conseguir acompanhar.
"Esperem, o quê?!"
... Perguntareis. Lestes bem, é popular em certos nichos deste mundo pós-moderno o acto de penetração do ânus pelo ser masculino que termina num lubrificação do seu orgão reprodutor por via oral executada pelo ser feminino. Muitos pensarão que estamos a confundir e o processo é ao contrário. Não é. A lubrificação pré-coital é tão prazerosa quanto funcional, mas aqui falamos-vos de algo diferente. Falamos-vos daquilo que pode parecer um engano inocente, mas é, no fundo, representativo da condição humana.
Em 1986, íamos a meio dos loucos anos 80, o Profeta Anatolo, um incurável brincalhão, optou certa noite, como qualquer Profeta quando a oportunidade lhe é concedida, que iria pelo buraco 2. Até aqui tudo normal. Zumba, zumba, zumba, o certo é que, como qualquer psicólogo vos dirá, as condições em que cada um cresce importam muito para a sua estabilidade mental. O Profeta Anatolo, após ter crescido para dentro do rabo da sua amada, e já sendo experiente nessa atividade, sabia que uma desvantagem do buraco 2 é a sua incapacidade de se autolubrificar, o que pode criar um certo desconforto. Ora, o Profeta Anatolo chegou a um ponto em que o seu anatolinho estava duro mas sedento. Necessitava de uma língua marota que lhe proporcionasse o consolo que almejava. Recuando na sua cruzada, o Profeta sugeriu à sua parceira que fizesse o favor de atender à sua necessidade. A amante, agarrando em punho o seu marsápio, estava pronta para obedecer até que notou certas manchas suspeitas. Vendo a sua hesitação, o Profeta Anatolo responde-lhe aquilo que se encontra citado no início deste texto, que seria mais tarde repetido pelo senhor Rocco.
Calma. Tudo acaba bem quando há unicórnios a dançar.
Estas narrativas certamente vos fazem questionar tanto como a nós. Qual a finalidade destas acções? O que iria na mente do seu protagonista? Como não me lembrei disto antes?
Em verdade vos dizemos, que esta prática não é senão uma metáfora para vários aspectos da sociedade. Vós haveis já reparado, porventura, na sodomia a que os portugueses têm sido sujeitos ao longo dos tempos? E, no entanto, na interrupção em que melhor podemos expressar o nosso desagrado, de quatro em quatro anos, abocanhamos com sofreguidão o pénis que nos maltrata. Também tereis reparado nos agentes do poder que nos envolvem e escravizam nas teias do sistema, quais aranhas capitalistas, e ainda assim, no mero vislumbre de subir um degrau nessa escada do poder, somos capazes de ajoelhar e bajular esses mesmos indivíduos, como um fiel animal de estimação que anseia por uma festinha na cabeça.
Tudo isto está ligado, caros seguidores, tudo está ligado. E se pensardes bem, não há nada que faça mais sentido que isto. Ou então são efeitos desta ressaca que está a ser mais longa que o costume. De qualquer modo, sejam felizes.
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