02 dezembro 2015

Retrospectiva de uma noite tendencialmente (pouco) católica

Todo o estudante minhoto sabe que a noite das iluminações (aquela que antecede a manhã de desilusões das já habituais walk of shame) é, prediletamente, a quarta-feira. Às quartas-feiras, todos os caminhos vão dar aos habituais apeadeiros, sejam eles antros elitistas da badalhoquice, boates minúsculas onde a mote é "um suadouro exaltado" ou ainda casas académicas com quase tanta idade como a Ordem, mas que de académico só tem os contactos com a AAUM, onde ambos os preços do whisky e das quotas de associado são incrivelmente pouco académicos.


No entanto, como é comummente sabido, ser profeta é ser mais alto, e ser mais alto é soltar-se das amarras fascistas impostas pelo senso comum, em que só a quarta-feira é que é passível (e perdoável) de sair. Para a Ordem, o mundo é o seu urinol, e como tal qualquer noite é potencialmente degradante.

Esta é a história de uma ilustre noite, numa lustre terça-feira à noite, onde a promessa seria de um catolicismo exasperado. Como tal, a noite começou n'O Convento, onde a palavra divina foi encontrada no fundo de uma garrafa de um bourbon de eleição. Foi no fundo dessa mesma garrafa que se perdeu a noção, onde voltaria apenas a ser encontrada algures na manhã seguinte, num real aposento (pouco católico) de uma feliz profetizada. Por este momento, é claro que esta garrafa se tornaria, por uma noite, no Santo Graal Profético. Embora este não servisse para recolher o sangue tombado de um Profeta, foi útil para manter os níveis de ácido úrico em alta (e também o libido, embora os dois não se misturassem num cocktail referido habitualmente por "tesão do mijo".)

Uma vez obtida a palavra divina, chegou a hora de profetizar, naquela que, por uma noite, seria o Jardim de Éden Profético. Por mais católica que a noite fosse (ou prometesse ser), desenganem-se aqueles que pensam que, apesar de ser uma Terça-Feira Católica, esta fosse um Mardi Gras.



Ilustremente, a palavra profética foi espalhada com sucesso, e a moral desta história é que cabe a vocês, caros ilustres, a soltarem-se das amarras fascistas. Todos os dias são dias para dar tudo. Enquanto estamos em época semestral, somos todos Livres, Leves e Soltos, mesmo quando o professor diz que têm teste no dia seguinte.

E quando avistarem uma Opa, não se esqueçam de, logo de seguida, pagar finos.

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