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Diário de Notícias - 25 de Março de 2020 |
Graça Freitas, Diretora-Geral da Saúde, afirmou esta quarta-feira que Portugal está em guerra, um novo tipo de Guerra Mundial, patrocinada pelo Plague Inc. Para tal, foi necessário avançar para a fase de mitigação do combate à doença, que se iniciou às 00h00 da última quinta-feira. É de realçar que Portugal preparou-se muito bem para esta luta - apesar da falta de equipamento para treinar em Tancos, o nosso país está a ter um bom desempenho, segundo os mais recentes estudos.
1. “Fase de Contenção”
Na primeira fase, o risco de Covid-19 é baixo. Portugal reforçou as linhas SNS24 e de apoio aos médicos, apesar da identificação dos primeiros contágios. Como bons portugueses que somos, portamos-nos bem durante esta fase da Pandemia, mas com sofrimento. A Lei do Desenrasque foi um exemplo da nossa cultura. Graça Freitas acusou o marketing feito pelas comunicações sociais, afirmando: “sempre que há um anúncio relacionado com a nova infeção há um pico de chamadas para a linha. Os nossos médicos e enfermeiros são bons e estão preparados para esta guerra, mas o marketing das comunicações sociais nunca foi equacionado, as pessoas ligam-nos a perguntar se podem colocar gel desinfetante no cabelo para manter o estilo. Mas aos poucos estamos a conseguir combater este inimigo do Oriente, com ajuda do livro “Arte da Guerra II” do pensador Jackie Chan.”

2. “Fase de Contenção alargada”
Nesta segunda etapa, a aquisição de novos reforços e a implementação de medidas de contenção por parte das autoridades portuguesas é importante. Procedeu-se à identificação dos grupos de transmissão da Europa e casos importados para Portugal.

3. “Fase de Mitigação”
Esta fase pressupõe a transmissão comunitária de covid-19 em território nacional, dividindo-se em dois subníveis:
- Nível 3.1. — “Cadeias de transmissão em ambientes fechados” ou alerta laranja;
- Nível 3.2. — “Cadeias de transmissão em ambientes abertos” ou alerta vermelho.
Durante estas fases, as cadeias de transmissão do Covid-19 já se encontram estabelecidas em Portugal. O reforço é focado na mitigação dos efeitos do covid-19 e na diminuição da sua propagação para que não sejamos eliminados.
Quanto à situação atual dos hospitais, a Diretora Geral da Saúde afirmou que há necessidade de expansão, nomeadamente camas de isolamento e de cuidados intensivos. “Nesta fase todos os recursos têm de ser direcionados para os hospitais, seja para ajudar ou para fazer o seu jogging. O nosso trabalho tem sido bom, mas temos que nos desenvolver para que tudo isto não seja em vão. Tudo o que o mercado consegue produzir, nós temos tentado comprar para ter em reserva. A reserva estratégica só pode ser ativada, em circunstâncias extraordinárias e pontuais, pela DGS, que avaliará junto decada região a parte a alocar dessa reserva. As 150 toneladas de alheiras de Mirandela, de bolo do caco da Madeira, de Vinho do Porto e de Pastéis de Belém já estão a ser conservados e guardados em sítios apropriados para que sejam usados no futuro.”

Por sua vez, o regime teletrabalho mostrou-se inovador em Portugal. Para algumas empresas, a descoberta milagrosa deste regime mudou completamente os custos e a eficiência nas deslocações de alguns funcionários. Muitos destes queixam-se “que sentem a falta de convivência, de partilha e de trabalho de equipa que existia no seu dia-a-dia”, outros dizem que até preferem este regime “para não ter de lidar com o assédio do patrão”.
Por fim, antes de enfrentarmos o problema económico que virá depois, chegará a Fase de Recuperação, período em que a atividade da doença decresce em Portugal e no mundo. Aponta-se que esta fase se inicie, na pior das hipóteses, no próximo ano. No fundo, serão só mais uns meses em que o apoio ao Serviço Nacional de Saúde parecerá ter sido sempre unânime e em que continuaremos a lamentar as limitações da quarentena, já que anteriormente éramos todos muito pró-activos, íamos todos os dias ao ginásio e desconhecíamos completamente este novo e estranho conceito de “netflix & chill”.
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