A CMB optou, no passado mês, pela venda, em haste pública, da antiga saboaria e perfumaria Fábrica Confiança, a ser realizada em meados deste mês. Foi proposta a construção de uma Residência Universitária Privada. O plano da CMB procura preservar grande parte das características arquitetónicas e patrimoniais que tanto caraterizam este edifício, procurando manter a sua identidade e memórias. A construção, tal como foi justificado pelo atual autarca da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Riacho, vêm por conta da especulação imobiliária que afeta a maioria dos alunos da Universidade do Minho. Para além disto, é clara a ideia de que as duas residências existentes nunca albergariam os 20 mil estudantes da nossa universidade. Se há 10 anos estas não se encontravam lotadas, muito por causa dos baixos preços antigamente praticados nos imóveis à volta do campus, a realidade mostra que, agora, devido ao consecutivo aumento anual das rendas, que atualmente rondam os 200/300 euros sem despesas incluídas, esta opção deixou de ser viável.
Na folha de desenhos encontra-se também a construção de um novo edifício moderno que ficará atrás da dita Fábrica. Neste edifício será construída a maior parte dos quartos da “Residência”. Na antiga Perfumaria ficarão as suítes, restaurantes de estrelas Michelin, bares requintados onde não se grega, uma loja da Gucci e um ginásio Premium. Para além disto, os estudantes poderão ainda usufruir de banhos turcos em lágrimas de pobre, massagens com pedras vulcânicas, jacuzzis, coffee shops e uma loja de souvenirs da Cairense. Faz ainda parte dos planos a pavimentação da Rua do Pulo, que separa os dois edifícios. A questão que se levanta é se o plano original era mais um shopping ou uma residência, em contrapartida cumpre-se um dos grandes objetivos da CMB: a melhoria da imagem urbana da zona universitária que atualmente não se encontra “instagram worthy”.
Na folha de desenhos encontra-se também a construção de um novo edifício moderno que ficará atrás da dita Fábrica. Neste edifício será construída a maior parte dos quartos da “Residência”. Na antiga Perfumaria ficarão as suítes, restaurantes de estrelas Michelin, bares requintados onde não se grega, uma loja da Gucci e um ginásio Premium. Para além disto, os estudantes poderão ainda usufruir de banhos turcos em lágrimas de pobre, massagens com pedras vulcânicas, jacuzzis, coffee shops e uma loja de souvenirs da Cairense. Faz ainda parte dos planos a pavimentação da Rua do Pulo, que separa os dois edifícios. A questão que se levanta é se o plano original era mais um shopping ou uma residência, em contrapartida cumpre-se um dos grandes objetivos da CMB: a melhoria da imagem urbana da zona universitária que atualmente não se encontra “instagram worthy”.
Através da construção desta residência, salvaguarda-se o interesse público com investimento privado, ou assim deveria ser. A compra da Fábrica Confiança em 2013, por parte da CMB, tinha como objetivo a restauração do edifício para usufruto da cidade, ideia que era fortemente apoiada por Ricardo Riacho, na altura deputado. A aquisição por parte de privados era considerada um ultraje para a comunidade e história bracarense. Falta de coerência? Não. Agora como autarca e responsável pelas contas da CMB, Riacho alegou que qualquer intervenção pública na antiga Perfumaria não é possível por indisponibilidade financeira. Por outro lado, requalificou o Altice Fórum Braga usando fundos comunitários. Dar alojamento, com dinheiro comunitário, a estudantes, que serão o futuro do país, não é lucrável nesta era de (des)informação e festivais. Sugerir uma cooperação entre os privados e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, de forma a criar uma Residência com moldes mais públicos que privados, ou aceitar as propostas até então apresentadas para a construção de uma Residência Universitária Pública era algo um pouco fora do comum. Em resposta às acusações de incoerência, Ricardo Riacho não poderia deixar de indicar a má gestão financeira da oposição, que esteve na Câmara durante o antigo mandato de Mosquito Mascarado, como fonte do problema.
Estudo promovido pela AAUM em 2018. |
Um passo para o futuro mas, ao mesmo tempo, três para trás. A construção seria um enorme passo para o futuro na regularização dos preços do alojamento universitário (atualmente regido pela lei do mais forte) e para baixar os atuais custos despendidos pelos estudantes e pelas suas famílias que, atualmente, rondam os 400/500 euros, tal como concluído num estudo feito pela Universidade do Minho. Os 300 quartos que serão construídos complementariam a procura atual, não fossem cerca de 500 euros por quarto o que normalmente é cobrado por este tipo residências, o que não irá contribuir para baixar o custo médio das rendas. Os estudantes são, assim, confrontados com a escolha entre esbanjar as poupanças das suas famílias no local onde vivem ou num canudo e provável futuro como desempregado licenciado.
Esta notícia esteve parcialmente incluída no Opiário nº6.
Esta notícia esteve parcialmente incluída no Opiário nº6.