A Gata morreu.
Morreu e continuará a morrer como pomposa consequência do bom resultado de quem caminha o ladrilho da academia minhota.
É uma Gata que morre, é uma Gata que vive.
O ciclo académico deixa sair uns para que outros entrem. E que ciclo este. Rodopia sobre o seu eixo, acumulando massa critica em cada um que lá entra, e gerando assim a força necessária para causar impacto no momento de saída.
É uma Gata que morre, porque precisa de morrer.
Porque lutou todo ano pela própria vida, procurando desviar cada um do seu caminho, levando-nos para os prazeres da vida, levando-nos para o que nos afasta da morte. Porque nos dificultou cada passo que demos. Porque quer ficar cá, connosco, eternamente e sem olhar a consequências.
É uma Gata que morre, mas que por vezes teima em viver.
E porque a sua sobrevivência também não traz mal ao mundo. A aprendizagem da repetição, do fazer bem à terceira. Porque se aprende a cair, e nunca ninguém foi bom sem nunca ter falhado.
É uma Gata que morre, porque tudo tem que arder.
Porque o fogo queima, o fogo limpa e o fogo aquece. Porque a carga pode ser insuportável e ninguém merece carrega-la, porque só se começa algo bom depois de se eliminar o espaço ocupado pelo mau.
É uma Gata que morre, para que tudo possa renascer.
Porque das cinzas se eleva a Fénix. Porque em espaço vazio, se cresce livremente. Porque é preciso caminhar sem ter nada a perder, avançar sem recear o fim. Para poder construir sem as regras do antigamente.
É uma Gata que morre, para nunca mais esquecer.
Porque a vida são dois dias, e Gatas pouco mais que isso. E a vida depois da Gata é uma vida sem Gatas para viver e sem Gatas para enterrar.
A Gata morreu, longa vida à Gata.